Burnout: Como Reconhecer e Combater o Esgotamento Que Atinge as Mulheres

Burnout: Como Reconhecer e Combater o Esgotamento Que Atinge as Mulheres

O burnout tem se tornado um dos maiores desafios de saúde mental da sociedade moderna, especialmente entre as mulheres. O que parecia ser uma simples sensação de cansaço excessivo está se transformando em um problema crônico, afetando não apenas a produtividade, mas também a qualidade de vida. As mulheres, em particular, estão cada vez mais vulneráveis a essa síndrome devido às pressões diárias que enfrentam tanto no trabalho quanto no ambiente familiar.

Nos últimos anos, o aumento da conscientização sobre o burnout tem mostrado que muitas mulheres, especialmente aquelas na faixa dos 40 e 50 anos, estão experimentando um esgotamento físico e emocional sem precedentes. O burnout não é apenas um cansaço comum; é uma condição que exige atenção e cuidados específicos para prevenir consequências ainda mais graves. Por isso, é tão importante entender como o burnout se manifesta nas mulheres, suas causas e como tratá-lo de forma eficaz.

Com um foco nas mulheres maduras, que carregam as responsabilidades de um trabalho muitas vezes estressante e de uma vida pessoal exigente, entender o burnout pode ser o primeiro passo para retomar o controle da saúde e do bem-estar. Vamos abordar o que realmente está por trás desse esgotamento, como ele afeta a vida delas e, claro, como prevenir que essa condição evolua para algo mais grave.

O Que é Burnout?

O burnout é uma condição psicológica que resulta do estresse excessivo e crônico, levando ao esgotamento físico, emocional e mental. Embora qualquer pessoa possa ser afetada, as mulheres estão particularmente vulneráveis a essa síndrome devido à sobrecarga de responsabilidades. O diagnóstico de burnout é multifacetado e envolve sinais como exaustão constante, falta de motivação e até sintomas físicos, como dores de cabeça e insônia.

Para entender o que é realmente o burnout, é fundamental perceber que ele não é apenas um simples cansaço, mas sim um estado de esgotamento profundo que afeta diretamente a capacidade da pessoa de realizar suas atividades diárias. No caso das mulheres, o burnout frequentemente surge de uma combinação de fatores pessoais, profissionais e sociais.

A Síndrome de Burnout é considerada uma doença ocupacional, ou seja, relacionada ao trabalho. A OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu a síndrome na CID-11 a partir de 1º de janeiro de 2022. 

A Pressão Sobre as Mulheres

As mulheres enfrentam uma pressão social muito maior em várias esferas da vida. Muitas vezes, precisam se equilibrar entre a carreira e as responsabilidades domésticas, criando uma sobrecarga que contribui significativamente para o burnout. As exigências desiguais na vida profissional e familiar geram um estresse contínuo, o que pode levar ao esgotamento total.

De acordo com uma pesquisa realizada pela plataforma LinkedIn com quase 5 mil americanos, 74% das mulheres relataram estar muito ou razoavelmente estressadas devido ao trabalho, enquanto apenas 61% dos homens entrevistados compartilharam a mesma preocupação.

Passo a passo para lidar com as exigências desiguais:

  1. Estabeleça limites claros: No trabalho, aprenda a dizer “não” quando necessário. Não aceite sobrecarga de tarefas sem negociação.
  2. Delegue responsabilidades domésticas: Compartilhe as tarefas de casa com os outros membros da família.
  3. Crie um horário equilibrado: Reserve tempo para você, para atividades de lazer e descanso.

Qual o Custo do Burnout?

O burnout tem um custo significativo, tanto no nível pessoal quanto profissional. O impacto na saúde física e mental das mulheres pode ser devastador, levando a problemas como depressão, ansiedade, distúrbios do sono e até doenças cardíacas. O custo financeiro também é alto, com muitas mulheres precisando de licença médica ou perdendo produtividade devido ao esgotamento.

Segundo um levantamento realizado pelo Trench Rossi Watanabe, as reclamações trabalhistas relacionadas ao burnout resultaram em R$2,48 bilhões de gastos para as empresas entre 2014 e 2022, o que equivale a uma média de R$306 mil por processo. Esse valor tende a aumentar ainda mais quando se incluem os afastamentos relacionados à ansiedade e depressão.

Além disso, de acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, estima-se que os custos associados a transtornos emocionais e psicológicos possam alcançar até 6 trilhões de dólares até 2030, caso o cenário atual persista. Esse impacto representa uma enorme perda econômica para o setor empresarial, além de um expressivo desgaste na disponibilidade de mão de obra qualificada.

Passo a passo para reduzir os custos do burnout:

  1. Priorize sua saúde: Invista em atividades que promovam o bem-estar físico e emocional.
  2. Ajuste suas expectativas profissionais: Trabalhe de forma mais estratégica e menos frenética.
  3. Busque ajuda especializada: Um tratamento precoce pode evitar complicações graves.

Como o Esgotamento Afeta as Mulheres?

As mulheres, em especial as de 40 e 50 anos, enfrentam um impacto maior do burnout, pois estão frequentemente em um estágio de transição na vida. As mudanças hormonais, o desgaste emocional e as responsabilidades acumuladas aumentam a chance de esgotamento. O burnout pode afetar a autoestima, causar irritabilidade e até distúrbios emocionais significativos.

Apesar dos avanços em relação à igualdade de gênero no ambiente de trabalho, os dados revelam uma realidade preocupante: o esgotamento afeta mais as mulheres. O estudo “Esgotadas”, realizado pela ONG Think Olga, aponta que problemas financeiros, sobrecarga de trabalho, discriminação de gênero e as responsabilidades domésticas excessivas são fatores que contribuem para o adoecimento mental das mulheres brasileiras.

Aproximadamente 45% delas foram diagnosticadas com ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais. Além disso, 60% das mulheres desejam melhorar sua situação financeira, enquanto 30% buscam mudanças no ambiente de trabalho. A pesquisa ressalta a urgência de estratégias de cuidado à saúde mental que levem em consideração as particularidades de gênero.

Passo a passo para lidar com o esgotamento:

  1. Autoconhecimento: Identifique seus limites e busque formas de respeitá-los.
  2. Converse com amigos e familiares: Abra-se sobre suas dificuldades para reduzir a sensação de isolamento.
  3. Procure equilíbrio: Aprenda a priorizar as tarefas que realmente importam e delegue as demais.

Sintomas do Burnout

Os sintomas do burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem uma combinação de sinais físicos, emocionais e cognitivos. Abaixo estão alguns dos sintomas mais comuns que podem indicar que alguém está passando por esse esgotamento profundo:

  1. Exaustão Extrema: Um dos sinais mais evidentes do burnout é o cansaço extremo, que não melhora mesmo após descansar. A pessoa sente que não tem energia para realizar as atividades diárias, mesmo aquelas que antes eram prazerosas ou simples de fazer.
  2. Insônia ou Distúrbios do Sono: O burnout pode afetar diretamente os padrões de sono, causando insônia ou sono de baixa qualidade. A mente parece estar sempre ativa, tornando difícil relaxar e dormir bem, o que, por sua vez, piora a sensação de exaustão.
  3. Ansiedade e Preocupação Excessiva: Quem está com burnout frequentemente sente uma ansiedade constante, como se estivesse sempre à beira de um colapso. Esse estado de alerta constante pode ser exaustivo e debilitante, gerando uma sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento.
  4. Depressão e Sentimentos de Desesperança: Um dos sinais mais sérios do burnout é a depressão. A pessoa pode começar a se sentir desanimada e sem esperança, acreditando que as coisas nunca vão melhorar. Sentimentos de inutilidade ou culpa também podem surgir, tornando a situação emocional ainda mais difícil.
  5. Dificuldade de Concentração e Tomada de Decisão: A falta de energia e o estresse emocional afetam diretamente a capacidade cognitiva. Quem está com burnout pode ter dificuldade em se concentrar em tarefas, tomar decisões simples e lembrar de detalhes importantes. Isso pode gerar mais frustração e aumentar o estresse.
  6. Sintomas Físicos: Além dos sintomas emocionais e mentais, o burnout também pode manifestar-se fisicamente. Dores de cabeça, problemas gastrointestinais, tensão muscular e um sistema imunológico mais fraco são algumas das condições físicas que podem ocorrer como resultado do estresse prolongado.
  7. Sentimento de Desconexão: A pessoa pode começar a se sentir desconectada de si mesma, dos outros e de suas atividades cotidianas. Pode haver um distanciamento emocional, o que piora o isolamento e a sensação de solidão.
  8. Comportamentos de Evitação: Indivíduos com burnout podem começar a evitar responsabilidades ou tarefas, seja no trabalho ou em sua vida pessoal. Isso pode incluir procrastinação ou o desejo de se afastar de situações que antes eram encaradas com normalidade.

Diagnóstico do Burnout

O diagnóstico de burnout é um processo importante e muitas vezes subestimado. Embora o burnout não tenha um exame específico para identificá-lo, um profissional da saúde mental pode fazer uma avaliação detalhada, levando em consideração os sintomas físicos, emocionais e comportamentais apresentados pela pessoa. O mais importante é que a pessoa reconheça os sinais precoces da condição, a fim de procurar ajuda antes que a situação se agrave e se torne ainda mais difícil de controlar.

É fundamental que a pessoa procure ajuda ao perceber que os sintomas estão persistindo e afetando a qualidade de vida. A seguir, um passo a passo para ajudar no processo de diagnóstico e tratamento:

  1. Observe os Sintomas: A auto-observação é o primeiro passo para o diagnóstico do burnout. Preste atenção a sinais persistentes de cansaço, dificuldade em se concentrar, insônia, aumento da ansiedade ou sintomas físicos incomuns. Se esses sintomas durarem mais de algumas semanas e começarem a impactar sua rotina, é hora de buscar ajuda.
  2. Consulte um Especialista: Se você estiver enfrentando esses sintomas, procure um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra. Eles poderão avaliar seu estado emocional e psicológico, realizar testes específicos para descartar outras condições e ajudar no diagnóstico do burnout. Um terapeuta especializado pode sugerir um plano de tratamento adequado, que pode incluir terapia cognitivo-comportamental, abordagens de mindfulness ou até mesmo o uso de medicação, dependendo da gravidade do caso.
  3. Faça Exames Médicos: Embora o diagnóstico de burnout seja fundamentalmente psicológico, é importante fazer exames médicos para descartar outras condições de saúde que possam estar causando sintomas semelhantes.
  4. Avaliação Psicológica: O acompanhamento contínuo com um psicólogo pode ser essencial, especialmente se o burnout estiver afetando profundamente a qualidade de vida da pessoa. Terapias focadas em lidar com o estresse e aumentar a resiliência podem ser úteis para tratar e prevenir que a condição piore.
  5. Desenvolva uma Estratégia de Recuperação: O tratamento do burnout envolve mudanças no estilo de vida, como o estabelecimento de limites no trabalho, mais tempo de descanso e lazer, práticas de autocuidado, e o desenvolvimento de técnicas de enfrentamento do estresse. A ajuda de um profissional é fundamental para criar uma estratégia personalizada de recuperação, que pode incluir exercícios de relaxamento, meditação e o fortalecimento da rede de apoio social.

Tratamento do Burnout

O tratamento do burnout é multifacetado e envolve tanto cuidados psicológicos quanto mudanças no estilo de vida. Terapias como a cognitivo-comportamental, mindfulness e o uso de medicamentos (quando necessário) são opções eficazes para recuperar o equilíbrio emocional e mental.

Passo a passo para o tratamento:

  1. Busque terapia: A psicoterapia pode ajudar a lidar com o estresse e as emoções ligadas ao burnout.
  2. Pratique mindfulness: Técnicas de mindfulness ajudam a reduzir o estresse e melhorar a concentração.
  3. Cuide do corpo: Alimentação saudável, exercícios regulares e descanso são fundamentais para o tratamento.

Prevenção do Burnout

A prevenção do burnout envolve uma combinação de cuidados com a saúde mental e física. Ao adotar hábitos de autocuidado e estabelecer limites claros, as mulheres podem reduzir significativamente os riscos de esgotamento.

Passo a passo para a prevenção:

Priorize Seu Tempo: Cuide de Si Mesma

Mesmo que sejam apenas alguns minutos por dia, é essencial reservar um tempo para algo que você realmente goste. Seja lendo um livro, tomando um café com tranquilidade, almoçando com amigos ou praticando um hobby, esses momentos são importantes para a sua saúde emocional. Muitas mulheres, focadas na carreira, estabilidade financeira, criação dos filhos e cuidado da família, acabam se colocando em último lugar. Mas a verdade é que só conseguiremos dar o melhor de nós mesmas quando estamos bem internamente.

Mantenha o Corpo em Movimento: Cuidar de Si É Fundamental

Incorpore a atividade física na sua rotina de forma simples e prática. Pode ser uma caminhada rápida, exercícios em casa ou qualquer outra atividade que ajude a aliviar o estresse. Cuidar do corpo é também cuidar da mente. Muitos executivos bloqueiam um tempo na agenda para se exercitar, pois sabem que estar bem fisicamente e mentalmente é parte fundamental para desempenhar bem no trabalho e na vida pessoal.

Expresse Suas Necessidades: Encontre o Equilíbrio

Sempre que possível, seja assertiva ao comunicar suas necessidades no trabalho, buscando equilibrar as demandas profissionais com o cuidado pessoal. Embora nem todos os ambientes de trabalho sejam compreensivos, sabemos que quanto mais nos entregamos, mais somos solicitadas. O equilíbrio saudável entre os dois lados é algo pessoal, e cabe a cada uma de nós refletir sobre como fazer essa gestão.

Converse e Compartilhe: Busque Apoio Em Quem Confia

Manter um diálogo aberto com pessoas de confiança sobre seus sentimentos e experiências pode aliviar o peso do dia a dia. Construir uma rede de apoio emocional é fundamental, pois nos ajuda a sentir que não estamos sozinhas nas nossas dificuldades.

Não Tenha Medo de Buscar Ajuda Profissional

Caso sinta que as coisas estão ficando sobrecarregadas, procure ajuda especializada. Muitas vezes, o custo financeiro pode ser um desafio, mas vale a pena lembrar que existem instituições que oferecem apoio psicológico gratuito ou a preços acessíveis. Vale a pena explorar as opções disponíveis na internet para encontrar o suporte necessário.

Retome o Controle da Sua Vida

O burnout não é uma sentença, mas sim um sinal de que é hora de mudar o rumo. As mulheres, em especial as de 40 e 50 anos, têm uma vida repleta de desafios, mas também de oportunidades para reconectar-se com o que realmente importa.

Ao reconhecer os sinais do burnout, buscar tratamento e adotar práticas de prevenção, você pode retomar o controle da sua saúde e da sua felicidade. Lembre-se, cuidar de si mesma não é um luxo, é uma necessidade. O caminho para o equilíbrio começa com o primeiro passo em direção ao autocuidado.

 

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